Vinhos e bicicletas

É notório que inúmeros ciclistas tenham apreciação por associar vinhos e bicicletas.
Imagine juntar as duas paixões e visitar vinícolas pedalando.
É algo sensacional, não é mesmo?
Queremos aproveitar e fazer uma breve reflexão a respeito desta bebida maravilhosa, vamos lá?

Vinho é cultura

Vinho exige música em um volume suficiente, assim como exige ambiente. Não há como saborear-se uma boa taça às calçadas maltratadas e conversar aos berros degustando a bebida.

E não se trata, pensemos bem a respeito, de elitização do consumidor, senão, de agregar valores a uma experiência dos sentidos e que também carrega em si cultura, conhecimento e alma.

Imagem: Vinícola Luiz Argenta – Flores da Cunha – RS – www.luizargenta.com.br

Talvez não tenham notado, mas não há propagandas televisivas sobre vinhos. Tampouco há cartazes nos bares, postes e muros ou outdoors mostrando mulheres e a bebida, aliás, uma infeliz, imprópria e caduca associação. Dizemos isto porque cremos que a figura feminina, definitivamente, mereça não ser tratada como coisa ou mercadoria. O vinho ama as mulheres, não as vitimiza.

Sabe-se há muito tempo que a cultura do vinho envolve uma produção coletiva, digamos comunitária. A mecanização entra, na maioria das vezes, na parte final do processo produtivo. O senso comum, infelizmente, se move pela máxima de que “quanto mais velho, melhor”, o que é um ultraje.

Imagem: Vinícola Luiz Argenta – Flores da Cunha – RS – www.luizargenta.com.br

O vinho é um ser vivo, tem sua curva de vida tal qual outro organismo que nasce, cresce, amadurece, alcança seu apogeu. Logo em seguida, começa, gradativamente, seu declínio e falência até sua morte.

Há que debruçar-se sobre o conhecimento que envolve as cepas, o mosto, a vinificação, o armazenamento e a geografia da região produtiva. Saiba mais sobre o método utilizado pela vinícola, a distribuição e o varejo. Da mesma forma, vale estudar sobre a taça ideal, temperaturas, harmonizações, aromas, etc. Então, associe vinhos e bicicletas para ter uma vida mais saudável e plena de cultura!

Cuidado com o senso comum

Reforço, o senso comum não é medida. Se diz por aí que vinho é uma bebida cara, mas caro é um padrão subjetivo. Se encontram, com facilidade, boas garrafas de renomadas regiões, de vinícolas nacionais ou estrangeiras, por valores bem abaixo da imaginação. Vale informar-se e buscar as melhores alternativas.

E, quase ia me esquecendo, pelo país, facilmente se acessa vinícolas de bicicleta (Cicloenoturismo), seja na Serra Gaúcha ou Catarinense, ou ainda no Vale do Rio São Francisco.

Imagem: Vinícola Luiz Argenta – Flores da Cunha – RS – www.luizargenta.com.br

Conhece Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul?
Então, eis um motivo a mais para pedalar por lá: www.luizargenta.com.br/site/

Como tenho formação na área de alimentos e bebidas, sempre me perguntam qual é o melhor vinho. Trato de indicar que o melhor vinho é aquele que a pessoa “entende”, aquele que lhe “diz” algo.

Não mova sua escolha pela marca ou pelo valor mais caro. Tente ler, pelo menos um pouquinho a respeito e experimentar. Assim, você compreenderá os motivos de um Carmenère ser mais atrativo para o seu paladar do que um Montepulciano.
Ou seja, para escolher sua bicicleta você também iria ler, se informar e tentar saber mais a respeito antes de consumir, certo?
Vinhos e bicicletas têm muito a ver, com certeza!

Da mesma forma, será mais fácil de entender os motivos que vinhos tintos, em sua maioria, são ótima companhia para pratos de carnes vermelhas com molhos e guarnições fortes.
Igualmente, compreenderemos como os vinhos brancos secos jovens e os maravilhosos rosés secos, levemente refrescados, fazem par ideal a pratos de pescados e frutos do mar.

Imagem: Vinícola Panceri – Tangará – SC – www.panceri.com.br

Quer visitar? Acesse: www.panceri.com.br/index.php

Imagem: Cicloenoturismo Vinícola Panceri – Tangará – SC – www.panceri.com.br

Ah, e não esqueça. Mesmo que a temperatura ambiente esteja alta, normalidade encontrada em nosso país tropical, apenas refresque o vinho mas não o gele.
O frio extremo não permitirá que os taninos do vinho tinto, por exemplo, sejam degustados ou desprendidos. E o vinho branco, por sua vez, coitado, sem bouquet não terá graça alguma.
Deixar a garrafa de vinho dentro de um balde com gelo por alguns minutos antes de servi-lo é uma boa alternativa.

Ah, quantas coisas maravilhosas nos trazem, vinhos e bicicletas. Finalmente, nos resta sugerir que você pedale, experimente vinhos até encontrar o que lhe agrada e aproveite a vida.
Mas lembre de reunir as pessoas queridas, diminuir a luz, colocar aquela música suave, inspirar e saborear.

Cicloenoturismo? Para saber mais, acesse: www.dallonder.com.br