Conforme anunciamos em postagem anterior, está lançado oficialmente o Circuito de Cicloturismo do Caminho Pomerano na querida cidade de São Lourenço do Sul, por iniciativa do jovem empreendedor Maurício Müller Kuhn, cicloturista e apaixonado pelas suas raízes.
Um dos objetivos do Maurício está dirigido à conservação dos referenciais ambientais e histórico-culturais do entorno da colônia pomerana, por meio da integração entre história, gastronomia e natureza tão presente no Cicloturismo, por caminhos de asfalto e terra (estrada de chão / Eirstråt).
Este novo circuito nasce ali nas terras altas junto à Laguna dos Patos (a maior laguna da América do Sul) para brindar tanto à comunidade internacional de cicloturistas quanto à comunidade residente, dentro de uma perspectiva de sustentabilidade e envolvimento comunitário.
O Circuito de Cicloturismo do Caminho Pomerano foi pensado para atingir, inicialmente, principiantes na atividade, visto que a conformação altimétrica do traçado não desfavorece quem está começando a se aventurar no cicloturismo. As altimetrias correspondem a 402m no trecho de 48km, 803m no trecho de 68km e 1.296m no trecho de 98km.
Elaborado por cicloturista para cicloturistas, o traçado é composto de três diferentes roteiros autoguiados, identificados por totens e setas ao longo dos caminhos nas cores Azul, Amarelo e Vermelho, alusivas à Pomerânia, terra junto ao Mar Báltico e que, após a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, teve grande parte de seu território anexado à Polônia.
Sendo assim, milhares de pomeranos emigraram para os EUA e Brasil no final do século XIX, ficando a língua pomerana praticamente extinta na Europa.
Segundo informações do próprio circuito, o Brasil é o país com maior contingente de pessoas que falam o pomerano, mantendo as tradições e suas referências diante do tempo, especificamente nas cidades de São Lourenço do Sul (RS), Pomerode (SC) e Santa Maria do Jetibá (ES).
No tocante aos três roteiros, todos partem da foz do arroio São Lourenço onde, em 1858, desembarcaram do navio holandês Twee Vrienden, os primeiros imigrantes Alemães e Pomeranos, afim de colonizar estas novas terras. O primeiro visto do passaporte do circuito é feito no atracadouro da Escuna Vento Negro. Depois disso, basta seguir sentido oeste, em direção às terras altas da colônia, passando indistintamente pelos mesmos primeiros 16km do circuito, onde cada trecho toma caminhos distintos.
Aproveite para dar uma passadinha na Marina Sabores Artesanais, uma maravilhosa fábrica de biscoitos, bolachas e coisas da terra.
O contraste de cenários permite que o cicloturista acumule experiências e passe a perceber a correlação entre natureza, história e gastronomia.
Falando em gastronomia, prepare-se para experimentar desde os pratos elaborados com pescados e camarões super fresquinhos da laguna, feitos com técnica e amor no Vinicius Bistrô , do Chef Vinícius Kuhn, ou aceite se deliciar no Tropicali’s Gastronomia, um gastrobar contemplando em frente a orla.
Por sua vez, ao passar pelas comunidades coloniais à beira do circuito, os cicloturistas irão se deparar com a culinária autêntica das terras altas da colônia de São Lourenço do Sul, onde o Rievelsback da Casa da Schimier, o Platt (Peito de Ganso Defumado) da Família Klasen, o Maischnaps (aperitivo alcoólico e elixir servido na Plantas e Ervas Inês Klüg) a deliciosa Kuuchen da Dona Marcilda Bartz, da Casa das Cucas Pomeranas, o café colonial depois do lazer no espaço Sabores do Sítio, os sucos e geléias orgânicas direto da agrofloresta da Agroindústria Vale da Sesmaria, entre outras iguarias, encantam e apaixonam .
E é claro que os queijos, licores, cervejas, embutidos, biscoitos e bolachas artesanais irão surpreender a todos.
Para o cicloturista aproveitar ao máximo os encantos culturais e naturais da região sugere-se que se reserve, pelo menos, 3 dias para recorrer os trechos com sua twairad.
Para muito além da gastronomia, o Circuito de Cicloturismo do Caminho Pomerano une litoral e colônia em um diversificado arranjo de atividades culturais, histórias e tradições. Trata-se de um caso perfeito de unidade na diversidade.
Entre uma curva e outra, o cicloturista irá deparar-se com peculiaridades emblemáticas inerentes a este cenário, como é o caso da Casa Leitzke, construída em 1904, por exemplo, que ainda sustenta a imponência e, ao mesmo tempo, clama por proteção.
Será mais do que comum encontrar pessoas falando pomerano nas localidades, e saiba: eles gostam de falar sobre sua cultura! E falando em cultura e língua, na localidade de São João da Reserva, guarde um bom tempo para ser recebido pelo simpático casal proprietário da Heiden Haus.
Um variada coleção de peças antigas, um orquidário, licores artesanais de Kinkan, Butiá e Amora, um mini museu e quartos para quem quiser se hospedar compõem o que lá se pode encontrar.
No Memórias und Andenken, o convite é para voltar no tempo e descobrir a inventividade e o talento dos pomeranos, quando o cicloturista estiver passando pela localidades de Quevedos.
Em igual medida, porém, na localidade de Bom Jesus, a Casa Hartmeister abriga o Memorial do Seminário Concórdia (primeira instituição para a formação de pastores luteranos) e o Museu de Imigração Pomerana.
A tradição pomerana de cultivar flores para os mais diferentes fins, incluindo bordados, está presente na Blumen Haus, um espaço de cultivo de flores que enfeitam e alegram os jardins das casas pomeranas.
E se a escolha do cicloturista for pedalar pelo Circuito Cicloturístico do Caminho Pomerano durante o segundo final semana de outubro, é bom estar preparado para a Südoktoberfest, um evento que recebe mais de 20 mil pessoas por ano a fim de brindar, se divertir, dançar, participar de jogos germânicos, aplaudir apresentações de danças folclóricas e canto coral, tudo isso há mais de 30 anos.
Então, agora reúna os amigos, agende sua estadia e desfrute deste lugar sem igual, repleto de pessoas simples e generosas.
Esta experiência de pedalar pelo Circuito Cicloturístico do Caminho Pomerano não pode faltar na sua lista de circuitos por percorrer, estamos certos.
Circuito Cicloturístico do Caminho Pomerano
http://www.cicloturdocaminhopomerano.com.br/
Para pegar o passaporte, vá até a KBike Bicicletaria, fale com o Maurício ou com sua esposa, a Cris. O cicloturista também pode baixar o mapa de cada um dos trechos dentro do site citado acima.
Fone: 53 3251 – 2436
E-mail: cicloturpomerano@gmail.com