Setembro está chegando, e no dia 22 é celebrado o Dia Mundial Sem Carro, uma ação que concretiza as aspirações de milhões de pessoas, tendo em vista a promoção de uma cidade mais humana e a busca por uma mobilidade urbana efetivamente sustentável, em resumo.
Milhares de cidades pelo mundo e pelo Brasil, estão realizando eventos que dialoguem com a humanização dos espaços urbanos e a convivência harmônica entre os modais.
O Dia Mundial Sem Carro coincide com o equinócio, a abertura da Primavera no Hemisfério Sul.
Interessante refletir sobre esta coincidência, porquanto ambas indicam uma proposta de renovação de esperanças e olhares mais atentos voltados à beleza das paisagens, sejam urbanas ou não.
Criada em 1997, na França, a adoção da data do Dia Mundial Sem Carro teve como fundamento promover, em forma de manifesto e de testemunho, que ao menos por um dia as pessoas reflitam e deixem seus carros em casa. Desta forma, venham a optar por se locomover a partir de formas alternativas de mobilidade, incluindo, preferencialmente, transportes ativos.
Em caso de não ser possível percorrer as distâncias absolutamente desta forma, buscar integrar aos demais modais coletivos de maneira inteligente.
À partir do ano 2000, a data passou a ser adotada por inúmeras cidades pelo mundo de forma organizada, levando a uma maior e intensa crítica social ao modelo de consumo do espaço urbano, em oposição à imobilidade urbana.
Esta lógica também é avessa à hegemonia do automóvel e seu uso desinteligente.
Clamores se somaram à iniciativa ampliando a noção de uma cidade mais humanizada, um ambiente urbano menos caótico e poluído, além de incentivar que as pessoas optem por mover-se ativamente, desde caminhadas, usando a bike, de patins ou roller, skate ou outro meio.
Trata-se de uma dinâmica social complexo, porém, mais saudável, atingindo comportamentos pessoais, coletivos, estruturas sociais, empresas, organizações e ambiente urbano.
Ressignificar as ruas, então, passou a ser uma ideia tão bem vinda quanto necessária e urgente. Ousamos pensar que mais do que optar pela bike por um dia apenas trata-se, ainda, de uma escolha individual pela saúde particular, coletiva e das cidades.
Cremos que estamos fazendo nossa parte por uma cidade melhor, por um mundo melhor, mas prioritariamente, por um ser humano melhor, pois a opção atinge a cada cidadão que a tomar e impacta a sociedade onde esteja inserido. Porém, isto ainda não é o suficiente.
Deixar o carro em casa, ou fazer a escolha determinada de mover-se prioritariamente de bicicleta e outros transportes ativos é uma conquista diária, lutando, principalmente, contra o conformismo e a imobilidade de pensamento.
Comemorações ativistas e eventos alusivos ao Dia Mundial Sem Carro reforçam a necessidade de mudanças nas relações desiguais nas cidades, assim como enaltecem a urgência de se repensar a acessibilidade, o direito de ir e vir, a ambiência humanizada na urbes e a gestão dos espaços urbanos.
Tudo isto, para fazer das cidades lugares mais bonitos, pelo menos por um dia ou mais.
E aí, topa ajudar a mudar esta realidade. Comece por você. Nós estamos juntos nesta grande empreitada. Mas vale a pena, com toda a certeza!