Cicloturismo em Bariloche – Argentina

San Carlos de Bariloche: que maravilha!

Inesperadamente, nosso grande irmão, o cicloturista argentino Andrés Russell, segue fazendo excelentes surpresas para o Ciclotur Experience, desta vez realizando Cicloturismo em Bariloche – Argentina. O Andrés já é conhecido de quem curte nosso trabalho por conta da sua peculiar maneira de mandar fotos lembrando do Ciclotur Experience.

Ciclotur Experience em San Carlos de Bariloche – Argentina pelos olhos do mano Andrés Russell.

A linda San Carlos de Bariloche está localizada na província de Rio Negro, na Região Patagônica Argentina, portanto. Sim, imagine-se realizando Cicloturismo em Bariloche – Argentina, bem em frente ao imenso e magnífico Lago Nahuel Huapi (com mais de 530 km2 de superfície). Inegavelmente, não é à toa que essa cidade é visitada por milhares de turistas do mundo todo. Suas belíssimas paisagens, sobretudo, abrangem altas montanhas, grandes bosques, lagos de cores incríveis, neve e muito mais.

Cicloturismo em Bariloche – Lago Nahuel Huapi. Foto: Andrés Russell.

Cicloturismo o ano todo!

Quiçá, geralmente o inverno seja a estação mais escolhida pelos turistas convencionais para se conhecer a região, já que seus centros de esqui, outros esportes e atividades sobre a neve são muito procurados pelos visitantes. Todavia, para o Cicloturismo em Bariloche – Argentina não tem data, portanto, já que pode ser feito durante o ano todo! Aliás, a vida noturna, a excelente e variada gastronomia, além das muitas lojas de chocolates e cervejas artesanais, complementam esta proposta muito tentadora de destino turístico e cicloturístico chamada Bariloche.

Cicloturismo em Bariloche. Foto: Andrés Russell.

Cicloturismo integrado à natureza

Mas, atenção: para aqueles que não conhecem ainda, na primavera e no verão Bariloche segue sendo um lugar espetacular para visitar e lá a Bicicleta integra-se à natureza em todos os aspectos! Nosso conselho é que o cicloturista abra os olhos da alma para desfrutar esses caminhos patagônicos cheios de aromas de flores e árvores, do som de arroios e lagos de cristalinas águas, de cenários pintados de assombro e de imensidão.

Preparamos um singelo roteiro para Cicloturismo em Bariloche – Argentina que pode ser feito por qualquer cicloturista principiante como eu, mas que não deixa de ser um itinerário fascinante. Com vocês, o Circuito Chico em San Carlos de Bariloche.

Circuito Chico, uma grande experiência

Desde o centro da cidade de Bariloche, sentido oeste, se pode pedalar à beira do lago pela Avenida Bustillo.  Essa avenida é um deleite para os olhos por suas subidas e descidas frente ao lago, hotéis e cabanas, praias e montanhas no redor. Só tenha em conta que a avenida é bastante transitada por ônibus e vans turísticas, por isso neste local temos que pedalar com certo cuidado.

18 quilômetros depois, se alcança um trevo que bifurca o caminho e dá acesso ao Circuito Chico (circuito pequeno) que contempla uns 27 km de estrada asfaltada de volta até a mesma bifurcação. No caminho do Cicloturismo em Bariloche, o cicloturista vai passando por pontes, bosques, praias, mirantes, altas montanhas, lagos, arroios e caminhos inesquecíveis. Nesse percurso vai encontrar muitos outros caminhos de cascalho tentadores para se desviar. Em Bariloche, se perder é se achar!

Todos os caminhos levam a Bariloche. Foto: Andrés Russell.

À esquerda, sentido sul, segue-se o Cicloturismo em Bariloche e, já nos primeiros 3 km, encontramos um bosque, a Laguna El Trebol e a ponte que divide o extraordinário Lago Moreno em Oeste e Leste. Desde aí, começa a solidão da rota e uma subida até o chamado “Punto Panoramico”, um mirante de 1.000 metros de altitude, de onde se podem apreciar, entre outras maravilhas, os lagos Moreno e Nahuel Huapi, Isla de Los Conejos, os diferentes cerros como o Goye e Capilla (com picos nevados praticamente o ano todo) e um horizonte montanhoso  que enche os pulmões de ar puro para prosseguir pedalando. 

Bahia López

Descendo passamos pelo arroio López, curtindo o som da água caindo pelas rochas. Depois de 6 km, chegamos até a admirável Bahia López. Uma praia silenciosa, na beira do Braço Tristeza do Lago Nahuel Huapi, com uma montanha feita pelas raízes de bosques, tronco de imponente pedra e copa esbranquiçada pela neve. Um visual incrível, com o lago de águas transparentes que se veste de espelho para refletir todas as cores possíveis da terra e do céu.

Céu, terra, montanhas e água: Viva Bariloche! Foto: Andrés Russell

Siga em frente ao encontro do inesperado

Cruzando a ponte do pequeno rio Angostura, 4km depois chega-se ao lago Escondido. Como seu nome o diz, é necessário adentrar entre as árvores para poder vê-lo. Mas, não perca a oportunidade de sentir o cheiro de mato e a tranquilidade desse lugar singular. 

Dali em diante, a rota continua com rápidas descidas e subidas, tudo muito empolgante. Com um teto feito pela folhagem do bosque, os raios do sol banham as folhas aleatoriamente. Mais 5km, encontra-se Puerto Pañuelo. Desse porto saem excursões lacustres para conhecer vários lugares maravilhosos, entre eles: Bosque de Arrayanes, Isla Victoria e Puerto Blest. O nome de Puerto Pañuelo (Porto Lenço) provém dos antigos moradores da região, quem acenavam seus lenços para pedir carona quando passava alguma embarcação por aí. A paisagem, vou ser redundante, é belíssima. A grama, as árvores, as flores da península  Llao Llao, realmente é tudo um quadro. E o majestoso Hotel que fica nessa ladeira da montanha, brinda um postal típico de Bariloche.

Experiência de cicloturismo em Bariloche. Foto: Andrés Russell

Caminhos da Biodiversidade!

À continuação, 8 km já com trânsito um pouco mais carregado de autos e ônibus que vão para o porto, chegando novamente até o trevo inicial. A biodiversidade é surpreendente. Em todo o roteiro, os pássaros são excelentes parceiros. Alguns peculiares da região são o Martín Pescador, Bandurria, Tordo Renegrido, Huala, Cauquén Real e o Cormorán Negro.

Nas árvores, os Cipreses, Maitenes, Coihues e Ñires exalam seus aromas e emprestam suas cores. O mesmo acontece com a Rosa Mosqueta, Framboesas e Amoras, pois seus frutos são usados em doces e marmeladas artesanais deliciosas, além de outras aplicações.

A natureza agradece. Foto: Andrés Russell

Dicas para um Cicloturismo Consciente

Algumas dicas simples, porém, necessárias para o circuito são: lembre-se que está ingressando a um Parque Nacional, não jogue lixo, não contamine as águas, cuide a natureza. Bom senso nas curvas, subidas e descidas; algumas são muito pronunciadas. Ainda que seja um local turístico, em Circuito Chico não há muitas lojas para comprar bebidas ou alimentos em longa parte da estrada, portanto, seja prudente e leve água, além de se informar bem no ponto de informações turísticas para fazer melhor seu planejamento.

E como é o clima por lá?

No clima, a amplitude térmica é grande. Certamente, pode amanhecer com 7 graus e no meio-dia alcançar 30 graus. Então, é recomendável vestir-se como “casca de cebola” ou seja, não levar só um agasalho grosso, senão, mais bem ter 1 ou 2 casacos leves para poder colocar e tirar um acima do outro. Entretanto, no final da primavera e em todo o verão faz muito calor e, obviamente, é possível tomar banho nessas transparentes águas dos lagos e arroios, em muitas lindas praias para descansar e relaxar! Ah.. e além disso, o anoitecer começa perto das 21 horas, então, dá para aproveitar muito o dia.

Rent a bike. Foto: Andrés Russell

Se não levar sua bicicleta, Bariloche  tem várias lojas de aluguel com bikes bem mantidas e de boa qualidade para fazer seu percurso  seguro e confortável.

Alguns dos bons desvios do trajeto podem ser visitar os pequenos vilarejos de Colonia Suiza ou Villa Tacul, mas há muitas outras ruas de cascalho ou estreitas trilhas de terra e grama para escolher seu próprio caminho e fazer do Circuito Chico uma grande experiência!

Cicloturismo é contemplação. Andrés Russell.

Nosso agradecimento ao mano Andrés Russell pelo envio! Em breve, teremos uns roteiros sobre o Cicloturismo Urbano de Buenos Aires, através do olhar do Andrés! Gracias, hermano!