Mais potentes do que qualquer cartilha são o testemunho e o exemplo. E assim será o Dia Mundial Sem Carro em Curitiba, em 2019!
Nossas escolhas carecem de uma percepção de coletividade que se abrace, em definitivo, aos fundamentos da civilidade, a fim de que possamos assumir a maneira de fazer a diferença no cotidiano das cidades, valendo-nos da bicicleta para além da mera concepção de veículo ou meio de transporte.
Há muito temos falado, escrito e comprovado que a bicicleta é saúde física e mental, mais que tudo, é saúde pública.
Ela impulsiona em direção a uma cidade saudável, em todas as dimensões.
Bicicleta é um lazer ativo individual e coletivo, uma forma de revisitar a cidade que ajudamos a construir e que, muitas vezes, nos exclui.
Fazer uso da bicicleta no cotidiano é uma maneira de valorizar o direito de ir e vir, indistintamente, e que todos possam usufruir dele.
A todo instante e em qualquer lugar, tanto aqueles que estão a desfrutar da experiência diretamente, quanto aqueles que meramente observam, distantes ainda da concretização de uma cidade para pessoas, percebem os plurais benefícios que o deslocamento ativo traz para a urbes e suas ramificações.
Quando nos expressamos assim queremos confirmar que a tomada de decisão por uma cidade mais humana, mais segura e, portanto, melhor para todos, passa prioritariamente pela mudança de paradigma que, baseado no senso comum, ainda faz crer que o veículo automotor seja imprescindível.
Ledo engano.
E estamos falando, sim, da adoção de transportes ativos, ou seja, aqueles que se valem da propulsão humana para levar seu usuário além das possibilidades e das limitações que uma cidade, pensada sob uma perspectiva carrocrata e, por consequência, desumana, tende insistentemente a negar.
Então, creiam, o Dia Mundial Sem Carro em Curitiba, este ano, servirá para confirmar que, no dia a dia, todos os transportes ativos são a forma mais inteligente de singrar a cidade, valendo o mesmo para o pedestre, para o skatista, o patinador, etc.
Ou seja, os transportes ativos são o futuro batendo à sua porta, hoje!
E, não há como negar, que se trata de um fenômeno de proporções mundiais e irreversíveis.
Sendo assim, em pouco tempo as calçadas serão mais largas e conservadas para que pedestres sigam sem obstáculos, cadeirantes sejam contemplados em seu direito irrevogável, da mesma forma que deficientes visuais, idosos, entre outros.
A lógica egoísta exclusivista do automóvel está com os dias contados, basta ver, seja por uma questão conceitual, espacial ou energética.
Estamos a mostrar que pensar a cidade para carros é o mesmo que querer, a todo custo, pensar o céu para peixes.
Parece tão simples, não é, porém, grande parte da população mais conservadora ainda resiste ao inevitável: a tomada das ruas pela bicicleta e pelos transportes ativos.
E este Dia Mundial Sem Carro em Curitiba possibilitará esta experiência.
Uma cidade que não é boa para o cidadão também não o será para o turista.
Cabe o mesmo raciocínio para pensarmos que uma cidade que não é segura, bonita, cheirosa, atraente, enfim, para os seus moradores, estará cada dia mais longe de ser o mesmo para os visitantes.
E, até onde sabemos, Curitiba se pensa e se quer turística.
Quem sabe, neste Dia Mundial Sem Carro em Curitiba, experimentamos tal possibilidade?